ATIVIDADE 1 – HIST – HISTÓRIA DA ÁFRICA – 53/2023
Excerto 1:
O debate sobre a tonalidade da pele de Cleópatra nos meios de comunicação tem tudo a ver com contestações multiculturais sobre currículo, pedagogia e historiografia. O que está em jogo no debate sobre Cleópatra é saber se o ensino de história pode ser questionado e revisto, ou apenas padronizado da maneira usual. A disputa sobre se Cleópatra é branca ou negra não pode, assim, ser examinada simplesmente no domínio da Antiguidade, mas deve também ser vista dentro do contexto colonial e de suas consequências. O investimento contemporâneo na negritude de Cleópatra, em que ela era egípcia e africana, está em oposição dialética à insistência prévia em sua brancura, e em que ela era grega e europeia. Ao longo dos últimos séculos, inúmeras obras de arte, representações populares e relatos historiográficos supuseram e até afirmaram sua brancura.
Fonte: https://www.scielo.br/j/cpa/a/RWvVn8v…. Acesso em: 2 jul. 2023.
Excerto 2:
Representações contemporâneas configuram a imagem que o público faz das personagens históricas. Desde que o ganhador do Oscar Cleópatra estreou em 1963, Elizabeth Taylor tornou-se, para a cultura popular, a “cara” da rainha egípcia, raramente questionada.
Cleópatra 7ª (69 a.C-30 a.C.) descendia de Ptolomeu 1º Sóter, general greco-macedônio companheiro de Alexandre Magno e fundador da dinastia ptolemaica. Ninguém realmente sabe como ela era fisicamente, pois a origem étnica de sua mãe não está esclarecida.
Uma série documental em quatro partes da Netflix propõe uma nova imagem da regente do Reino Ptolemaico do Egito de 51 a.C. a 30 a.C.. E, antes mesmo de sua estreia, nesta quarta-feira (10/05), causou polêmica, pois seu trailer mostra que o papel-título de Rainha Cleópatra cabe a Adele James, a qual, segundo entrevista ao jornal britânico Express, se autodefine como “uma mulher birracial”.