Leia a seguir um comentário de Stegagno-Picchio (2004) sobre o Realismo:
Na literatura, aquela “realidade” que o Romantismo idealista sublimara em paradigmas, reincorpora-se gradativamente em construções poéticas isoladas, as quais, ao mesmo tempo que recusam o herói, demoram-se retratando sob forma de esboços cenas da vida quotidiana: onde mal e bem, bonito e feio ao invés de contraporem-se estilizados, empastam-se, ou melhor, revelam-se em sua coexistência magmática. Busca-se a verdade expressiva, a pintura fiel das situações e personagens concretas, a objetividade da descrição à qual o autor se recusa a apor o carimbo de um juízo seu. Dá-se ênfase ao ambiente, à raça, ao momento (seria o mesmo dizer o “contexto”). Os modelos do passado, prediletos dos românticos, são preteridos em favor dos fatos e das pessoas da vida contemporânea investigados em cada uma de suas “particularidades”.
Fonte: STEGAGNO-PICCHIO, L. História da Literatura Brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar S.A, 2004, p. 251.
No excerto lido, a professora Luciana Stegagno-Picchio destaca a oposição entre as estéticas romântica e realista, dando destaque para a complexidade das situações e personagens descritos e desenvolvidos no contexto do Realismo em comparação aos modelos idealizados verificados no Romantismo. No Brasil, temos um nome que se destaca dentro do Realismo por ir além da mera descrição dos fatos, ambientes e pessoas, dado o aprofundamento psicológico e o caráter complexo e ambivalente das situações e personagens por ele criadas, as quais se tornaram figuras onipresentes no imaginário coletivo brasileiro. É claro que estamos falando de Machado de Assis, autor de obras como os clássicos romances Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, mas que também nos deixou um rico legado composto por poemas, crônicas, contos, peças teatrais, dentre outros escritos que reverberam sua genialidade, de modo que é de suma importância que os alunos da educação básica tenham contato com a obra de Machado.
Isso posto, imagine a seguinte situação:
Você é professor(a) em uma turma do 2º ano do Ensino Médio que está prestes a iniciar os estudos sobre o Realismo. Para auxiliá-la nessa jornada, você optou por começar o trabalho com uma narrativa curta escrita por Machado de Assis, sendo a obra escolhida o conto A Cartomante. Visando preparar e instigar a turma a ler o conto, você decidiu escrever uma resenha crítica sobre a obra para publicar no blog da escola. Assim, sua tarefa nesta atividade é produzir uma resenha crítica, entre 20 e 30 linhas, sobre o conto A Cartomante, na qual você deve destacar ao menos duas características do Realismo presentes na narrativa.
ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DA RESENHA CRÍTICA:
– Antes da resenha, deve ser apresentada a referência da obra resenhada dentro das normas da ABNT. Pule uma linha depois da referência e dê início à produção da resenha.
– A resenha crítica deve conter título que indique o tema em pauta.
– A resenha é um texto dissertativo-argumentativo e deve possuir introdução, desenvolvimento e conclusão. – A resenha deve iniciar com a apresentação do tema em discussão.
– Deve ser apresentada uma breve biografia do autor.
– No desenvolvimento do texto, devem ser expostos, de maneira clara, objetiva e fundamentada, os argumentos e associações que respaldam sua visão sobre o texto resenhado, a partir dos tópicos selecionados para o debate.
– Na conclusão, deve ser apresentado seu posicionamento final sobre o texto tema da resenha, acompanhado de um comentário sobre para quem a leitura de A Cartomante é indicada. MATERIAIS DE APOIO:
– O conto A Cartomante, de Machado de Assis, está disponível no link a seguir e na pasta Material da Disciplina: https://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000257.pdf. Acesso em: 14 abr. 2023.
– Para saber mais sobre Machado de Assis e seu legado, acesse: https://machado.mec.gov.br/#apresentacao. Acesso em: 14 abr. 2023.