MAPA – HIST – HISTÓRIA DO BRASIL: COLÔNIA – 54/2023
Olá, futuro docente de História da Educação Básica! Nesta atividade MAPA te convidamos a refletir sobre o Dia da Consciência Negra e porque ele é marcado como um dia de luta contra o racismo e o preconceito sofrido pela comunidade negra em nosso país.
Você sabe por que 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra? Saberia dizer qual a importância desta data no âmbito da luta antirracista? Tem conhecimento que em algumas cidades do Brasil, até mesmo no Estado de São Paulo, esta data passou a ser feriado? Para ajudá-lo em suas reflexões, compartilharemos dois textos que contribuirão para a compreensão desta pauta imprescindível a sua formação acadêmica. Vamos à leitura!
Texto 1:
Dia da Consciência Negra: conquistas e lutas pelo fim do racismo
“No mês de novembro, celebramos a Consciência Negra, sendo o dia 20 de novembro uma data para relembrar as lutas dos movimentos negros pelo fim da opressão provocada pela escravidão. Essa data refere-se à morte de Zumbi, importante líder do Quilombo dos Palmares, situado no Nordeste do Brasil. O Dia da Consciência Negra também não nos deixa esquecer de que este país é marcado pelos quase 350 anos de duração da escravidão e do tráfico das populações negras da África para o Brasil.
Apesar dos 134 anos da lei que deu fim à escravidão, o racismo continua presente nas estruturas sociais e institucionais deste país e é manifestado pela falta de oportunidades para pessoas negras, por baixa remuneração, pelas tentativas de apagamento da cultura e da participação africana na construção da nação brasileira e pelo epistemicídio acadêmico de negros e negras, entre outras formas de apagamento e de violência.
[…] É importante destacar algumas conquistas das comunidades negras, especialmente no que concerne às ações afirmativas que têm sido implementadas. A começar pela Constituição brasileira, de 1988, de cuja construção vários atores da sociedade, incluindo os movimentos negros, participaram ativamente, que traz medidas importantes para a promoção de reparações à comunidade negra.
Dentre essas, destacamos a lei que definiu os crimes de preconceito de raça ou cor (nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989), surgida a partir dos novos princípios constitucionais, e a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, voltada para a educação básica, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras. Essas são legislações reparatórias, mas ainda precisamos avançar em ações afirmativas que contemplem maior presença negra em todas as esferas sociais.
Há exatamente uma década, a Lei nº 12.711/2012, de reserva de vagas, assegurou o acesso ao ensino superior nas universidades federais e ao ensino médio nas instituições federais de ensino para estudantes negros e negras. Essa lei produziu importante contribuição para que um grande contingente de jovens negros e negras alcançassem novas perspectivas de vida e de trabalho. Como previsto no seu próprio texto, essa lei passará por revisão, que deverá ficar a cargo dos novos deputados e senadores que ingressam no próximo ano.
Os resultados obtidos tanto para as universidades quanto para a sociedade permitem defender a continuidade da reserva de vagas e o aperfeiçoamento da Lei nº 12.711/2012, a fim de que seja assegurado não somente o ingresso, mas a permanência dos estudantes na universidade, para que consigam concluir sua trajetória acadêmica com qualidade.”
Fonte: https://www.ufes.br/conteudo/dia-da-consciencia-negra-conquistas-e-lutas-pelo-fim-do-racismo. Acesso em: 21 set. 2023.
Texto 2:
ZUMBI DOS PALMARES: HÁ 324 ANOS MORRIA O SÍMBOLO DA LUTA ABOLICIONISTA DO BRASIL
Homenageado com o Dia da Consciência negra, Zumbi foi o maior e último líder quilombola do Brasil. Sua biografia continua rodeada de controvérsias.
“Um homem forte, orgulhoso, inconformado com sua condição social, que resolveu enfrentar seus algozes e libertar seu povo. Mas tampouco essa imagem de um Zumbi revolucionário se sustenta em fatos. Sua biografia está envolta em diversas dúvidas. Entre as mais elementares está sua origem.
Era ele um chefe africano trazido à força para ser escravo? Ou teria nascido no Brasil? Ou até mesmo: teria escravos ele próprio? Sobre uma coisa, pelo menos, os especialistas concordam: ele viveu e morreu em Palmares, um quilombo – ou seja, um reduto de ex-escravos e seus descendentes.
[…]
Já nos primeiros anos de organização, o aglomerado de fugitivos se tornou uma pedra no sapato dos portugueses. Os habitantes de Palmares, periodicamente, invadiam engenhos para capturar escravos, roubar comida e armas e raptar mulheres, artigo raro no quilombo em formação. Em 1602, o então governador geral do Brasil, Diogo Botelho, mandou uma expedição contra eles – a primeira de 40, ou até mais de 60, de acordo com alguns historiadores.
Depois de destruir cabanas e fazer alguns prisioneiros, os portugueses pensaram ter acabado com a vila. Mas, sempre que uma tropa aparecia, os palmarinos migravam para o mato, deixando para trás roças e cabanas que eram destruídas e queimadas. Dias depois, outras eram erguidas.
Esse modo de vida limitava o crescimento do povoado. Mas, em 1630, a sorte sorriu para Palmares. Foi quando os holandeses desembarcaram em Pernambuco, na tentativa de tirar os lucros do açúcar das mãos de portugueses e espanhóis, então governados pelo mesmo rei. A invasão colocou em polvorosa o Nordeste. Com a vitória inicial dos holandeses, em 1645, parte dos luso-brasileiros manteve uma espécie de guerrilha.
Donos de engenho alistaram seus escravos para a luta, o que facilitava as fugas. Em meio à instabilidade, Palmares cresceu, recebeu milhares de novos moradores e, quando enfim os holandeses foram expulsos, em 1654, a vila tinha virado uma potência formada por vários aglomerados populacionais.
Os dados sobre as dimensões de Palmares são desencontrados. Documentos coloniais falam em 30 mil pessoas, número provavelmente superestimado. O crescimento demográfico deu-se principalmente pela chegada de novos moradores. Para alimentar a população crescente, a economia local era composta por uma mistura de caça, coleta e agricultura, em que se plantavam gêneros como mandioca, batata-doce e feijão.
[…]
Sob ataques constantes, Palmares se tornou uma fortaleza, com diversos povoados cercados por muralhas reforçadas de pau a pique. Na encosta que levava até a vila de Macaco, os quilombolas cavavam buracos, colocavam estacas no fundo e as cobriam com folhas secas. Isso era tão comum que o local entrou para os mapas dos soldados coloniais com o apelido de Outeiro dos Mundéus (mundéu, ou mundé, é justamente o nome dessa armadilha).
E os palmarinos também partiam para a ofensiva. “Diversas expedições quilombolas atacaram, entre 1660 e 1670, os povoados de Serinhaém, Porto Calvo, Penedo e Alagoas, principalmente para capturar armas e munição, mas também para saquear fazendas e estabelecimentos comerciais”, escreveu Décio Freitas em seu Palmares – A Guerra dos Escravos.
[…] No início da década de 1690, o bandeirante Domingos Jorge Velho foi chamado e recebeu a missão de liderar uma expedição para caçar e exterminar de vez os focos de resistência em Palmares.
À frente de mateiros experientes e conhecidos pelos métodos particularmente sanguinários, Jorge Velho não escapou de tomar algumas sovas dos guerreiros de Zumbi. Em 1692, num combate de três semanas, sua tropa de cerca de mil homens foi reduzida pela metade, antes de fugir e se perder no mato. Dois anos depois, Jorge Velho voltou. Tinha sob seu comando um incrível exército para a época: 9 mil homens – e alguns canhões.
A resistência de Palmares dependia de manter a artilharia inimiga longe das muralhas de Macaco. Depois de um cerco que durou semanas, no entanto, Jorge Velho conseguiu se aproximar com seus canhões. Zumbi liderou pessoalmente um ataque desesperado para evitar a destruição das barreiras, mas falhou. Os bandeirantes mataram centenas de guerreiros e invadiram a capital palmarina. Zumbi fugiu.
O último ano da vida do líder foi marcado por ataques esparsos, ao lado de um punhado de companheiros, que tentavam manter viva a rebelião escrava. Foi por meio de um membro desse grupo, Antônio Soares, que os homens de Jorge Velho chegaram a Zumbi. Capturado e torturado, Soares aceitou levar os bandeirantes em sigilo até o esconderijo rebelde.
Lá chegando, ele mesmo teria matado Zumbi com uma traiçoeira punhalada. De posse do corpo do líder, os mercenários arrancaram-lhe um dos olhos e cortaram-lhe a mão direita. O pênis de Zumbi foi decepado e enfiado em sua própria boca. Já a cabeça foi salgada e levada para Recife, onde apodreceu em praça pública. […]”
Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-biografia-zumbi-dos-palmares.phtml. Acesso em: 21 set. 2023.
Tendo por referência a leitura e compreensão dos textos expostos, convidamos você, futuro professor de História da Educação Básica, a refletir sobre a importância do dia 20 de novembro.
Para o desenvolvimento da atividade é imprescindível a leitura minuciosa das duas etapas listadas a seguir:
Etapa 1:
- a) Ler os materiais de apoio disponíveis na pasta: “Materiais da Disciplina”.
- b) Elaborar um texto dissertativo-argumentativo entre 15 e 30 linhas destacando a importância do dia 20 de novembro no âmbito da luta contra o racismo e do preconceito no contexto escolar.
- c) Em sua análise, procure evidenciar a necessidade de sermos antirracistas e de lutarmos todos os dias para que as crianças e adolescentes compreendam que todos nós precisamos ter os mesmos direitos e as mesmas oportunidades em nossa sociedade.
- d) Não se esqueça de colocar as referencias bibliográficas utilizadas em sua análise.
- e) É obrigatório utilizar o template “Mapa – Consciência Negra” para elaborar seu texto.
Etapa 2:
- a) Escolha um recurso didático que perpasse a valorização da cultura africana e afro-brasileira e a luta contra o racismo no ambiente escolar, podendo ser:
– Livro.
– Filme.
– Série.
– Reportagem.
– Poesia.
– Pintura.
– Música.
– Culinária.
– Dados estatísticos.
Este recurso precisa ser adequado aos estudantes do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental II.
- b) A partir de sua escolha, grave um vídeo (duração: mínimo 2 min. e máximo 5 min.).
- c) Inicie a gravação apresentando-se brevemente.
- d) Coloque-se como um(a) professor(a) e apresente o recurso escolhido e o ano/série que trabalhará com a temática.
- e) Justifique a escolha do material e explique porquê ele é imprescindível na luta contra o racismo.
- f) Finalize seu vídeo apresentando uma proposta de como você trabalharia com este recurso no Dia da Consciência Negra para seus alunos, com o intuito de construir uma postura ética e respeitosa.
Orientações importantes:
– Procure um ambiente silencioso e com uma iluminação adequada para a gravação do seu vídeo.
– Faça a gravação com o celular na horizontal e certifique-se de que o seu vídeo fique com uma boa qualidade de áudio e vídeo.
– Realize o login no seu canal do YouTube (todos que possuem uma conta no gmail possuem um canal) e siga os passos para inserir seu vídeo.
– Coloque no título do vídeo – SEU NOME – POLO – MAPA BRASIL COLÔNIA 2023.
– Certifique-se de inserir seu vídeo na opção “Não Listado”.
– Copie o link do seu vídeo que será gerado pelo sistema e cole no espaço adequado no template “Mapa – Consciência Negra”.
Atenção:
– Assista ao vídeo explicativo, disponível na Sala do Café.
– Para anexar o arquivo na atividade, clique sobre o botão “Selecionar arquivo”. Após anexar o trabalho e certificar-se de que se trata do arquivo correto, clique no botão “Responder” e, posteriormente, em “Finalizar”.
– Após “Finalizar a Atividade”, não será possível reenviá-la ou realizar qualquer modificação no arquivo enviado.
Bom trabalho!